Aliança Igarapé do Gigante
O Igarapé do Gigante é um dos últimos rios que nasce dentro de Manaus e não foi totalmente encoberto pela malha urbana. Atravessando favelas, vizinhanças de classe média e os bairros mais ricos da cidade, recebe esgoto e um grande volume de lixo, que lança no Rio Negro logo antes desse desaguar no Amazonas. Mesmo assim, animais, peixes e aves da região ainda são vistos em boa parte do igarapé. Ativistas e coletivos de cidadãos do entorno se mobilizam pela sua preservação.
O Gigante resume os desafios de milhares de rios que cruzam as cidades brasileiras.
Nossa Associação faz parte de uma coalizão de empresas e ONGs que atuam nesse território para conseguir a total despoluição desse igarapé. Uma luta que encampamos como parte essencial em nossa missão de gerar impacto socioambiental positivo.
Conheça quem faz parte da Aliança pela preservação do Igarapé do Gigante
Inovação em impacto social na capital do Amazonas
“Igarapé” é uma palavra de origem tupi que significa “caminho de canoa”. Esses riachos são as veias da Floresta Amazônica, ligando ilhas fluviais entre si ou à terra firme. Essenciais na dinâmica da biodiversidade, funcionam como corredores ecológicos que permitem o fluxo das espécies de animais e vegetais. Os igarapés também moldaram o desenvolvimento da cidade de Manaus, sendo engolidos pelo crescimento da malha urbana. Alguns, entretanto, ainda resistem.
O igarapé do Gigante tem uma nascente cristalina na floresta nativa que cerca o aeroporto internacional de Manaus. Ao sair da mata, cruza a comunidade da Redenção e depois os bairros do Planalto, Parque Mosaico, Lírio do Vale e Ponta Negra, até desaguar no rio Tarumã-Açú tributário do rio Negro. Enquanto bairros de classe média e alta coletam e tratam seu esgoto, as comunidades na parte alta do igarapé despejam seus efluentes e grande volume de lixo diretamente dentro do rio. Isso faz dos sete quilômetros entre a nascente e a foz do igarapé do Gigante uma miniatura dos desafios e contradições de muitas cidades brasileiras.
Ativistas de coletivos como Remada Ambiental, Reusa, Projeto TransformAção e Praça das Flores, com o apoio de ONGs como a Fundação Amazonas Sustentável, trabalham para promover a educação ambiental nessas comunidades e reverter o descaso histórico do poder público na preservação dos recursos hídricos.
Foi nas reuniões preparatórias da Virada Sustentável de Manaus 2020 que nasceu a ideia de unir forças com esses ativistas locais para despoluir totalmente o Igarapé do Gigante.
Para transformar isso em realidade, nossa Associação está participando da Aliança pela Despoluição do Igarapé do Gigante, coalizão que une os ativistas, ONGs, empresas de desenvolvimento urbano como a Mixcon e DPC, que criaram o Parque Mosaico, e até a Águas de Manaus, empresa responsável pelo abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto em nossa cidade. A estratégia da Aliança é engajar moradores de todos os bairros às margens do igarapé do Gigante, envolvendo também o poder público e outras empresas privadas.
Implantar a coleta universal de esgoto na microbacia do igarapé do Gigante depende de vontade política e grandes investimentos. Mas isso é apenas parte do problema. Disseminar educação ambiental e boas práticas de reciclagem e descarte de resíduos em toda a população desse território é outro grande desafio que deve ser vencido.
Esse sonho ficou menos distante depois que o Governo Federal sancionou recentemente o Marco Legal do Saneamento. Segundo essa nova lei, até 2033, o esgoto de 90% dos lares brasileiros deve ser captado e tratado. Entendemos que uma mobilização eficiente dos moradores da região junto aos governos municipal, estadual e federal, e também frente à empresa responsável pelo saneamento de Manaus, pode colocar o Gigante dentro desses 90%.