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Nosso bairro construiu recentemente a primeira de um total de 5 passarelas que estão sendo implantadas para que o Sauim-de-Coleira e outros animais da fauna local possam circular pelas margens dos igarapés da região sem risco de atropelamentos e acidentes por contato com a rede elétrica. Construídas pela Mixcon e DPC, empresas responsáveis pelo desenvolvimento urbano do Parque Mosaico, as passarelas fazem parte das compensações ambientais do empreendimento, e atestam o compromisso do nosso bairro com a preservação da natureza.

O Sauim-de-Coleira, também conhecido como Sauim-de-Manaus, é um pequeno primata com cerca de 40cm de altura, que vive exclusivamente nas matas remanescentes da nossa cidade e municípios vizinhos. Encontra-se criticamente em perigo de extinção devido à redução e fragmentação do seu habitat. Muitos morrem por atropelamentos e choques elétricos, uma vez que sua área de ocorrência é bastante restrita e vem sendo ocupada pelo crescimento desordenado da região metropolitana de Manaus.

A primeira dessas passarelas, também conhecidas como “ecodutos”, conecta dois trechos das margens do Igarapé do Gigante que são cortados pela ponte da rua Sicilia. Ela foi inaugurada no último mês de junho pelo secretário municipal do Meio Ambiente, Antonio Stroski, como mostra o vídeo do Instagram abaixo. As outras quatro devem estar concluídas até o início do ano que vem, e serão localizadas conforme mostra o mapa acima. A maior de todas ficará localizada sobre a Avenida do Futuro. Os ecodutos já são comuns em países como Alemanha, Suíça, EUA e Canadá. O mais famoso é o Natuurbrug Zanderij Cariloo, na Holanda, com mais de 800 metros de extensão, passando sobre uma auto-estrada e uma linha de trem.


Os ecodutos do Parque Mosaico vão beneficiar especialmente o Sauim-de-Coleira, que tem comportamento diurno e pode ser visto com mais facilidade nas vizinhanças pouco depois do amanhecer. Pequeno e com garras potentes, consegue se deslocar pendurando-se em galhos finos de árvores e na vegetação baixa. Logo antes do pôr do sol, buscam lugar para dormir em topos de árvores, emaranhados de cipó e em folhas de palmeiras. Seu comportamento territorial é acentuado, o que torna as brigas com grupos vizinhos frequentes -ainda que conflitos entre indivíduos do mesmo grupo sejam bastante raros. Seus predadores naturais são as cobras e aves de rapina.

Os grupos de 4 a 12 indivíduos são liderados por uma ou mais fêmeas alfa, que após o acasalamento geram um ou dois filhotes gêmeos, até duas vezes por ano. Cada gestação dura 4 meses e os filhotes ficam sob os cuidados da mãe por apenas duas semanas. Depois, todos os membros do grupo, sejam machos ou fêmeas, têm a responsabilidade de carregar e cuidar dos filhotes, em um sistema chamado de “criação cooperativa”. Os filhotes atingem o tamanho adulto em cerca de um ano, e sua expectativa de vida na natureza é de aproximadamente 12 anos.

Devido ao declínio de 80% da sua população nos últimos 18 anos, o Sauim-de-Coleira foi classificado como espécie Criticamente em Perigo tanto pela União Internacional para Conservação da Natureza quanto pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). É considerado um dos primatas mais ameaçados da Amazônia.